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simples riacho.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

sentada na janela, mais um vez, olhando o movimento na rua e as pessoas que nela passam. Me faz bem, sentir esse sensação de estar, mesmo que por um segundo, fora do mundo; por cima, observando tudo. Estar acima de todos os problemas, flutuando. Tanta dor e sofrimento trancados em um corpo, que muitas vezes transborda feito um pequeno riacho, que de gota em gota, enche cada vez mais. É uma boa definição, posso dizer, sou um riacho, daqueles bem simples, que por fora parece e se diz mais um, um riacho qualquer, mas quando se olha com outros olhos, se mostra tão diferente disso. Nada que uma boa disfarçada não melhore, um sorriso amarelo, paciência e muito orgulho. Orgulho de não se deixar levar por qualquer besteira, orgulho de não deixar uma lágrima sequer cair diante de alguém, alguém que muitas vezes pode transformar uma lágrima em várias. Aquela menina, ainda curva sobre a dura cadeira perto a janela, sofre, que por mais que um sorriso no rosto ainda lhe sobra, uma enorme dor ainda lhe persegue. Sem enxergar a luz do túnel, ela se mata, se envolve, se deixa levar pelo fantasma que a assombra, aqueles medos que nunca eram vistos, se tornaram públicos, estavam ali, estampados no frágil rosto, para que qualquer um pudesse ver. Nada mais, nada a menos do que um simples riacho "trocando de pele", levando as águas turbulentas e ficando sereno. Já não havia restado nada. Uma lágrima seca, uma despedida mal feita e um punhado de dores não resolvidas.

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